sexta-feira, 14 de junho de 2013

Brincadeiras para crianças com cegueira e baixa visão


Descobrindo os sons

Chocalho para crianças 


 Idade recomendada: 5 anos
Objetivo geral: trabalhar e desenvolver lateralidade, equilíbrio, flexibilidade, agilidade esquema corporal e capacidade motora e cognitiva das crianças, através de jogos e brincadeiras, alem de propiciar momentos de interação e cooperação.
Em rodinha um vai esta de olhos vendados o que estiver com a vendada precisa descobrir de onde vem o barulho na rodinha usando diferentes objetos.

Corrida de duplas

Crianças correndo ao ar livre


Organização: Duas colunas, sendo o primeiro aluno sem venda e o segundo vendado assim sucessivamente, através da linha de partida.
 Execução: O primeiro aluno de cada fila, ao sinal realiza um percurso definido pela professora, retorna ao seu lugar, toma o segundo pela mão, correm ambos pelo percurso e retornam ao ponto de partida. O primeiro se coloca no final da coluna, o segundo toma o terceiro pela mão repetindo o percurso. Ate que todos tenham corrida segunda segunda . Vencera a equipe que completar o percurso primeiro.  

Desenho de crianças brincado de roda


Ginástica historiada


Organização: Dispostos em circulo, os alunos deverão acompanhar a historia narrada pela professora com gestos e rimos utilizando o próprio corpo.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

REFLEXÃO



Criança sorridente com olhos encantados.
" Quero ensinar as crianças...elas ainda tem os olhos encantados..."
(Rubem Alves)
Crianças com as duas mãos formando óculos nos olhos.
" A primeira tarefa da Educação é ensinar a ver..."
( Rubem Alves)
A imagem nos mostra um homem tapando os olhos perante as carências da sociedade.

..." Há muitas pessoas de visão perfeita que nada veem"...
(Rubem Alves)

Na imagem, um menino com deficiência intelectual se comunicando com sua cuidadora, na maior sensibilidade demonstrando todas as suas habilidades. Abaixo uma frese de Rubem Alves que diz assim: "Sem a Educação das SENSIBILIDADES, todas as HABILIDADES são tolas e sem sentido."

REFLEXÃO: Olhos Meus ;)

***OLHOS MEUS***


(Texto de: Luiza Regert Ruduit)



Nesta imagem, temos um bebê sorrido com olhar expressivo.

Através dos olhos meus, permito-me enxergar TUDO que me cerca.
Permito-me enxergar as maravilhas de Deus em minha vida, a beleza e a diversidade da humanidade, o encanto das cores que me rodeiam...
Através dos olhos meus, percebo que cada ser é único em nossa existência, que cada um tem sua beleza interior, que ao mesmo tempo que somos únicos temosque ser iguais...
Através dos olhos meus, permito meu pensamento viajar, por lugares, já percorridos e que ficarão registrados para sempre.
Lugares maravilhosos em que pude enxergar a imensidão da bondade divina, a harmonia, a paz e o amor que existe dentro de cada um de nós, na delicadeza dos animais e na doçura das flores e plantas.
Através dos olhos meus, me recordo de pessoas maravilhosas que cruzaram meu caminho e que, felizmente, continuam ao meu lado mesmo á longa distância através de pensamentos. Pois foi com estes mesmos olhos, que as senti olho no olho, que recordo-me de detalhes físicos e emocionais destas pessoas.
Mas de nada adianta ter dois olhos saudáveis, se não soubermos olhar o próximo com os olhos do coração.
Com eles, permito-me enxergar muito além das aparências, permito-me viajar por lugares nunca antes percorridos, e ainda sim, guardar lindas recordações.
Através dos olhos do coração, é possível ter a pessoa que amamos sempre junto a nós, mesmo que ela não nos ame com a mesma intensidade. Talvez ela não saiba o que sentimos em nosso íntimo, ou de repente, não esteja aberta a esse sentimento.
Com esses mesmos olhos meus olhando nos olhos teus, permito-me enxergar a grandeza do teu ser em mim...
Tudo isso só é possível...
Quando abro meus olhos e enxergo o coração daqueles que fazem parte da minha vida!!!
OLHANDO COM OS OLHOS MEUS!

sábado, 25 de maio de 2013

JOGOS ADAPTADOS

Crianças videntes esperenciando jogos para deficientes visuais.

Dominó Tátil.

Dominó em Braile.

Jogo da Velha em Alto Relevo.

Memória Tátil.

Crianças esperenciando Memória Tátil com os pés.

Percepção Tátil.

Cubo Tátil.

Dominó de Texturas.

Dominó Adaptado.

Jogo da Memória Textural.

REPORTAGEM: CADA UM NO SEU RITMO

Cada um no seu ritmo: respeitar a evolução de todos os estudantes é fundamental para garantir o avanço deles nas diversas áreas.


Maracatu Atômico: Juliana (no canto direito) aprendeu a dançar sentindo a vibração dos ritmos pernambucanos.


"A proposta foi excelente, formulada em torno do tema da cultura pernambucana com estratégias para que todos e cada um tivessem acesso a esse conhecimento, que é muito importante dentro do currículo escolar", afirma Liliane Garcez.


Sistema de Monitoria: Além de mais tempo para as tarefas, Alexandro conta com a ajuda dos colegas.

Revista Nova Escola- Espacial Inclusão

REPORTAGEM: APOIO PARA APRENDER

Apoio para Aprender: Alunos com deficiência precisam desenvolver habilidades para participar das aulas.
LEITURA NO TATO: o trabalho com letras móveis em braille ajuda os alunos com deficiência visual na alfabetização.

RACIOCÍNIO EM AÇÃO: o uso de quebra-cabeças aguça a memória dos estudantes com deficiência intelectual.
AVANÇAR SEMPRE: com o quadro especial, alunos ensaiam os primeiros passos da leitura em braille.

NOVA HABILIDADE: usando talheres adaptados estudantes com deficiência física ganham autonomia.
HORA DE CONTAR: Alunos com deficiência intelectual estudam numeração associando placas a face do dado.

FALAR COM AS MÃOS: aprender LIBRAS é uma das principais atividades de AEE para alunos com deficiência auditiva.

Revista Nova Escola- Abril/2010

REPORTAGEM: ATENÇÃO AOS OLHOS DO BEBÊ!

ATENÇÃO AOS OLHOS DO BEBÊ! Especialista alerta para cuidados necessários desde o nascimento e que evitam graves doenças oculares.

Jornal Diário Gaúcho- Março/2013

ENTREVISTA COM O JOVEM RAÍ

Máquina de escrever em Braille, na escola onde o jovem Raí estuda.

Raí tendo aulas orientadas pelo professor especializado.

Prova aplicada ao aluno Raí.

Entrevista com aluno com deficiência visual, e professora na sala MultifuncionaI - na escola Estadual Senador Salgado Filho - Alvorada RS.

Aluno – Raí – 19 anos - cursando 3º ano do ensino médio, Pretende cursar psicologia ou pedagogia.
                    
       Teve glaucoma genético uma doença hereditária, estuda desde os sete anos em escola pública, iniciou do pré até a quarta, na escola Candido Vargas no município de São Borja,RS, depois fez o ensino fundamental na escola Getulio Vargas, nestas duas as professoras e colegas ajudavam.
      Depois parou de estudar porque não existia recursos nas escolas, veio para Alvorada em 2011 e esta cursando o terceiro ano do ensino médio, pretende continuar estudando.
         Em sua fala diz que teve um grande desenvolvimento em sua vida, desde que iniciou a estudar nesta escola!    Pergunto a ele qual a tua maior dificuldade?
        O auxilio do leitor da tela do computador, e quando o professor passa a lição no quadro, os colegas geralmente ajudam ditando, e as professoras da sala multifuncional me ajudam digitalizando as provas.

      Professora Leila – formada em psicopedagogia, especialização na área da visão, e sub cegueira  no Instituto Benjamin Constant – RJ.

     Atua na escola desde 2010, diz que neste ano tem sete alunos com deficiência visual, mas atende também complementando com reforço outros alunos vindos de outras escolas, para que não fiquem sem atendimento.



      Mas todos estão incluídos em sala de aula regular, onde é dado o conteúdo da matéria pelo professor titular, ela não interfere no conteúdo. Diz que é muito complicado esta fase porque o professor foge a sua responsabilidade no momento em que o aluno tem de fazer a prova, o professor foge da possibilidade de aprender o que é incluir! Porque nesta sala é somente recursos, para haver inclusão o professor tem de enviar a prova com os elementos prontos pelo e-mail da sala multifuncional, para ela colocar a prova pronta para o aluno.

FILME Ensaio Sobre A Cegueira (Ceguera - Blindness) - Trailer Oficial

(Um filme do diretor Fernando Meireles, baseado na obra do escritor José Saramago).


     Epidemia que ocorre com as pessoas principais do filme.
     A cegueira acontece do "nada", iniciando-se a um personagem e por continuidade aos outros também, exceto uma pessoa que se solidariza e auxilia-os na instituição que eles ficam abrigados.
     A questão focalizada é que o colapso ocorre e surpreende à todos, mesmo estes recuperando a visão aos poucos, passaram pela experiência de se sentirem isolados do mundo.

FILME PERFUME DE MULHER (Filme completo)

(Do Diretor Martin Brest, com Al Pacino, Chris O'Donnel, James Rebhorn e outros)




     Um militar aposentado que possui deficiência visual pede a um estudante que fique de seu acompanhante, assim sendo a companhia entre eles será desfrutada de bons momentos.


      * A semelhança dos filmes, além, óbviamente da questão da deficiência visual, é também a questão da sobrevivência, pois sabemos que constantemente encontramos dificuldades rotineiras e, não desvalorizando e desmerecendo, porém a palavra deficiência é a insuficiência de algo, mas assertivamente falando, orgânico ou mental, então em cima disto, os problemas podem ou não serem demasiados, entretanto, há a SUPERAÇÃO E CAPACIDADE que caminham juntas para diversas pessoas que possuem essa característica que estamos nos referindo: a CEGUEIRA.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

USO DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS PARA A PRODUÇÃO DE MATERIAL

      
Na imagem podemos ver uma criança com baixa visão utilizando dos recursos tecnológicos para a realização de atividades propostas.

     Os recursos tecnológicos permitem diferentes formatos de texto que podem ser lidos em material impresso com fonte ampliada ou diretamente na tela do computador com os ajustes requeridos. Pode-se ler um texto por meio de um leitor de tela  ou gravado em formato MP3 com programas e equipamentos específicos para esse fim. O correrio eletrônico e a Internet são alternativas a serem consideradas no contexto da escola e da família.
      Alguns procedimentos podem fazer parte do processo de produção de material com o uso dos TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação). O espaço para a criatividade é grande, e o leque de opções bastante diverso. Nesse processo, é necessário que os professores do AEE (Atendimento Educacional Especializado) e da sala comum considerem as preferências do aluno.
      Não foi possível esgotar todas as alternativas, sendo que inúmeras outras funções podem seguir para as diferentes ferramentas apresentadas. O intuito é demonstrar que as possibilidades são muito extensas e que é na interação com os alunos e na busca constante por parte do professor que essas inovações tornam-se práticas, atendendo ás necessidades que surgem efetivamente.

Ministério da Educação
Secretaria de educação Especial
Universidade Federal do Ceará
"A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar- Os Alunos com Defici~encia Visual: Baixa Visão e Cegueira"
(Autores: Celma dos Anjos Domingues, Elizabet Dias de Sá, Sílvia Helena Rodrigues de Carvalho, Sônia maria Chadi de Paula Arruda, Valdirene Stigler Simão)

sexta-feira, 17 de maio de 2013

CEGOS E CEGUEIRAS

A CRIANÇA CEGA EM IDADE PRÉ- ESCOLAR



Esta imagem mostra a DORINHA (que é uma personagem cega do Maurício de Souza- da Turma da Mônica) praticando esportes. Tais como: natação, vôlei, judô, futebol e atletismo. 



     Os pais e a criança cega:

    Todos os pais esperam ansiosamente o nascimento do seu filhos, mas, quando a criança nasce cega, ou fica cega pouco depois do nascimento, os pais ficam chocados. Por vezes ficam mesmo esmagados pelo enorme desgosto. Isto pode ser devido ao fato de nunca terem conhecido uma pessoa cega, lembrando-se apenas  dos cegos que viram na rua a pedir esmolas ou a vender cautelas. não têm conhecimento de que existem milhares de pessoas cegas que exercem cargos de responsabilidades e bem remunerados, que desempenham atividades especializadas ou são administradores de negócios.
     Não conseguem conceber a ideia de não conseguir ver. Pensam que a criança sentirá a cegueira da mesma forma que eles.


     Os outros pais podem ajudar:

    Alguns pais sentem-se apoiados se conversarem com os pais de outras crianças cegas. Os pais que já ultrapassaram a angústia dos primeiros meses e que viram o seu filho crescer, podem dar esperanças aos pais que se vêem agora confrontados com a mesma situação. Podem dizer-lhes que, á medida que o tempo passa, e que a criança começa a crescer e a desenvolver-se, eles terão orgulho nela e nas suas conquistas.


     A criança cega precisa daquilo que todas as 
outras precisam:

     Há certas coisas que todas as crianças precisam:
Precisam de saber que são amadas e desejadas e que são membros importantes da Família; precisam de ser capazes de se desembaraçarem sozinhas e
gostam que os outros se apercebam disso; precisam de conhecer a sensação de ter feito algo bem feito; precisam de desenvolver continuamente as suas capacidades. A criança cega precisa de tudo isto tanto como as outras.

     O início:
     Durante os primeiros meses tudo o que a criança precisa é de comida, sono e mimo. Pegar nela, apertá-la ao peito e passear com ela pela casa contribuem para que se sinta amada e segura. A criança nasce desejosa de conhecer as coisas do mundo exterior e de percorrer todos os lugares.  
    Mas se não vê, precisa de ser estimulada a pegar nos objetos e a mexer-se por meio de palavras, de sons e de uma grande variedade de objetos para manipular.   Assim essa curiosidade inata levará ao seu crescimento e desenvolvimento.

     A criança cega é igual a qualquer outra 

intelectualmente:

     No início, algumas crianças cegas podem ser mais lentas na execução de certas atividades e na aprendizagem. Esta lentidão pode preocupar os pais. Podem  ser levados a pensar que o seu filho tem um atraso mental, contudo a lentidão não é fator indicativo de deficiência mental. As  crianças cegas têm a mesma capacidade de aprendizagem que as outras crianças. 
   A maior parte são intelectualmente médias, algumas ligeiramente abaixo da média e algumas são mesmo super dotadas, como de resto acontecem com as crianças em geral.

     A criança cega utiliza os outros sentidos:
   A aprendizagem e o comportamento da criança cega estão dependentes da audição, do tato, do gosto e do olfato. Desde muito cedo ela aprende a utilizar estes sentidos com maior grau do que qualquer outra criança.
     A criança que vê, usa simultaneamente os olhos, os ouvidos e as mãos. Escuta a mãe dizer-lhe o que vai fazer e vê-a guardar um brinquedo numa caixa. Ela vê o que a mãe faz, ouve a explicação e em seguida imita.
     No caso da criança cega os ouvidos e as mãos têm que trabalhar em conjunto. Tem que ouvir e apalpar o que vai fazer. Muitas vezes os pais têm que a ajudar, motivando-a. Isto leva um certo tempo, e sobretudo exige dos pais maior paciência e força de vontade. Seria muito mais rápido e muito mais fácil, se os pais fizessem tudo em vez do filho, mas nesse caso ele nunca aprenderia a fazer nada.
     
     Permita-lhe novas experiências:

     Tudo o que seu filho faz, todos os lugares onde
vai, tudo o que manipula e fica conhecendo- por 
outras palavras, todas as suas experiências- ajudam-no no se desenvolvimento cognitivo. Leve-o à mercearia, ao armazém, ao jardim, à praia, ao rio, ao jardim zoológico, ao museu, á igreja, à biblioteca, ao restaurante, ao posto de gasolina, ao emprego do pai... Isto é, leve-o consigo para toda a parte. Tente sair com ele todos os dias. Vá a pé em vez de ir de carro ou de ônibus, e, quando regressara casa, fale com ele sobre o que aconteceu. Vá-lhe explicando o que está mostrando e, sempre que possível, deixe-o tocar e apalpar as coisas para as sentir bem. Ele tem tanto interesse como os outros. A sua curiosidade aumentará se for estimulada.



     Que sabe sobre a cegueira?
    O sentimento de infelicidade que ligamos à cegueira não é efetivamente provocada por ela, mas sim pela forma como a família, a comunidade e as pessoas em geral atuam para com um cego.
    Poucos pais conseguem manter-se calmos quando, na rua, uma pessoa totalmente estranha os aborda e manifesta pena relativamente à cegueira do seu filho.
     Essa pessoa poderá mesmo querer dar á criança dinheiro ou guloseimas. Este tipo de atitude das pessoas que vêem em relação aos cegos é devido, pura e simplesmente, à ignorância. As pessoas, em geral, sabem muito pouco sobre a cegueira, e muitas vezes o que julgam saber não corresponde à realidade. Uma mãe dizia: "Foi necessário muito tempo até eu conseguir controlar-me e não ficar irritada. Mas agora já consigo com toda a sinceridade virar-me para o meu filho e dizer-lhe: Eles não querem te magoar. Só fazem estas coisas porque não sabem."

     Procure obter ajuda:

     Logo que saiba que o seu filho é cego, comece imediatamente a tentar procurar todo o auxílio possível para que ele cresça e se desenvolva duma forma, tão semelhante quanto possível, à de qualquer outra criança. Dirija-se aos Serviços Sociais e de educação da sua região, onde consiga obter todas as informações possíveis, especialmente a respeito de estimulação precoce.
     Lembre-se de que a primeira e a última lição de que os pais de uma criança cega necessitam é:

     * Acredite no seu filho e convença-se de que ele pode ter sucesso na vida;
     * Dê-lhe amor, afeição e promova a sua saúde;
     * Dê-lhe possibilidades para aprender e para ter todas as experiências que contribuem para o seu desenvolvimento global.



* Traduzido de: "The Preschool Child Who Is Blind".
U.S Department of Health, Education and Welfare...
Tradução: DGEBS- Divisão do Ensino Especial- PT.






quarta-feira, 15 de maio de 2013

Vídeo: AS CORES DAS FLORES

INCLUSÃO !!!

     Este vídeo serve para que possamos refletir sobre o direito incondicional à educação. Cada criança, com ou sem deficiência, precisa ter respeitado o seu jeito e o seu tempo de aprender. Nossa sociedade precisa avançar, garantindo que se cumpra nossa Constituição, sem exceções. A educação inclusiva é uma das ferramentas que tira da invisibilidade as pessoas com deficiência.
     O curta-metragem foi produzido pela organização sem fins lucrativos espanhola ONCE, que tem como missão melhorar a qualidade de vida das pessoas cegas e com dificuldade visual. Na história, um garoto cego precisa desenvolver uma redação sobre as cores das flores, assim como seus colegas. Como faria? Ficaria de fora da tarefa? Assista.




FICHA TÉCNICA
País: Espanha
Duração: 4″
Título: Los colores de las flores (original)
Anunciante: ONCE
Agência: JWT
Diretor geral criativo: Miguel Bemfica
Produtor: Luciano Firmo
Produtora: Films Bosalay

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Toda novidade é bem-vinda

Além de acessíveis, novos recursos tornam as atividades mais atraentes para a classe inteira (Daniela Talamoni Verott)

 http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/educacao-especial/toda-novidade-bem-vinda-495945.shtml


CONTATO ALTERNATIVO Matheus se comunica com os colegas e as professoras por meio da prancha de comunicação. Foto: Léo Drumond

 

    Vai bem longe o tempo em que a voz, o quadro-negro e o giz eram as únicas ferramentas de trabalho do professor. Imagens, objetos, jogos, livros, filmes, músicas, tudo o que possa ser usado a favor da aprendizagem é bem-vindo e ganha importância ainda maior nos novos tempos da escola inclusiva. Afinal, além de proporcionar as aulas mais estimulantes, diversificar recursos é uma maneira de torná-las também mais acessíveis a todas as crianças - tenham elas deficiência ou não.
     Essa prática foi adotada pela EE Pedro Fernandes da Silva Júnior, em Ribeirão das Neves, a 32 quilômetros de Belo Horizonte. Lá estuda Matheus Henrique Reis Alves. O garoto teve paralisia cerebral e, como consequência, comprometimento severo dos quatro membros e do sistema fonoarticulatório. Hoje, aos 8 anos, cursa o 3º ano da escola regular e está sendo alfabetizado. Com a ajuda de recursos flexibilizados, ele desenha, lê, interpreta textos, resolve as operações matemáticas, participa das atividades em sala e se comunica, além de escrever no computador.

     O que garante a interação de Matheus é uma prancha de comunicação. Ele movimenta o pé direito e usa uma sapatilha adaptada, com suporte para lápis. "Isso permite que ele desenhe, pinte e participe das atividades", explica a pedagoga Vânia Loureiro, da equipe de reabilitação infantil do Hospital Sarah Belo Horizonte, que desenvolveu os equipamentos.
A prancha é um cartaz em que são colocadas figuras e imagens que representam pessoas da família e da escola, lugares frequentados, atividades de lazer ou tarefas básicas, como escovar os dentes, ir ao banheiro, dormir e beber água. Quando quer dizer algo, ele aponta com o pé a figura correspondente.

     Na escola, a prancha de comunicação de Matheus ganhou letras e números e os professores a usam para checar se ele entendeu o conteúdo. "Para uma atividade de leitura, a professora de apoio prepara respostas para as perguntas sobre a história que será contada", explica Eleuza de Fátima Neiva, titular da turma. "Quando apresento as questões que são discutidas oralmente, ele aponta a resposta na prancha." Rosemary de Lima Ferreira Mendes, professora de apoio, foi buscar orientação com a equipe do Sarah na hora de elaborar as pranchas. "Já temos algumas com o vocabulário cotidiano da sala, com o alfabeto, com números e com atividades de múltipla escolha, além da que foi construída originalmente."

     Matheus agora testa um programa de comunicação alternativa no computador. O software, doado pelo hospital, lança letras na tela e o menino clica, com o pé, num dispositivo adaptado à cadeira quando surge a que quer usar. Assim cria suas primeiras palavras. "Ele já escreve o próprio nome e algumas expressões simples", comemora Rosemary. "No futuro, essa ferramenta vai ser muito importante na vida dele."

Astronomia visual
     Na EE Amyntas de Barros, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, o desafio da professora de Ciências Joseane Maria Rachid Martins era ensinar alunos com deficiência auditiva. Ela pesquisou para enriquecer o conteúdo das matérias de 5ª e 6ª série com fotos, desenhos e vídeos. "A ideia é estimular e fixar a memória visual dos estudantes com deficiência auditiva e, de quebra, facilitar o entendimento de toda a turma", explica. "Utilizo muito mais imagens do que textos nas minhas explicações."

     Joseane começou a f lexibilizar aproveitando a TV com acesso a pen drive disponível na escola para ampliar as possibilidades de exibição de vídeos, áudios, imagens e animações. Também recorre a apresentações teatrais, desenhos esquemáticos no quadro-negro e materiais para ensinar noções de astronomia e, especialmente, o sistema solar.

     Para as classes de 5ª série, por exemplo, ela mostrou filmes com imagens da Terra, da Lua, do Sol e dos planetas e ainda fez uma encenação com o globo terrestre e alguns alunos para explicar os movimentos de rotação e translação. Como atividade para retomar o conteúdo aprendido, Joseane sugeriu a criação de uma revista de passatempo com caça-palavras.

     Nas avaliações, a professora usa exatamente as mesmas ilustrações apresentadas em sala. Os testes dos alunos com deficiência trazem as mesmas perguntas formuladas aos ouvintes, mas com diferenças na elaboração: sempre com mais figuras, esquemas e desenhos, além de questões de múltipla escolha. Quando têm de fazer dissertações, os alunos respondem em Libras, com a ajuda da intérprete.

Recursos a favor do surdo-cego 
     Para quem nunca teve uma experiência de inclusão na sala de aula, ensinar uma criança com deficiência múltipla pode parecer uma tarefa impossível. Na Escola Classe 214 Sul, no Distrito Federal, a professora Gracielle Souza Silva assumiu esse desafio, como guia-intérprete do aluno Iury Moraes Eminergídio, 15 anos, que cursa o 6º ano.

     Iury nasceu com catarata congênita e deficiência auditiva causadas por uma infecção por citomegalovírus. Entre as sequelas, o garoto tem dificuldade de locomoção e de orientação no espaço. Ao longo dos anos, perdeu totalmente a visão no olho esquerdo e enxerga muito pouco com o direito. Gracielle tira as dúvidas e facilita a comunicação de Iury com o professor de cada disciplina e os outros alunos. Ele sabe Libras e braile e adora ler. Com alguns recursos diferenciados, consegue manter sua paixão pelos livros e foi homenageado pela equipe da escola por ser o aluno que mais frequenta a biblioteca.

     Em casa, Iury usa uma lupa eletrônica que amplia o texto numa tela. Como esse recurso não está disponível na sala de aula, a professora Gracielle providencia a digitação prévia dos textos que serão trabalhados em aula. Ela usa letras em tamanho 26 e em negrito, com espaço duplo. "Quando o computador não está disponível, copio os textos a mão mesmo", conta.

     Fatima Ali Abdalah Abdel Cader Nascimento, coordenadora do Núcleo de Atendimento ao Surdo-Cego da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, diz que os textos devem sempre ser reescritos na íntegra. "Não há redução de conteúdo ou troca de léxicos, justamente para incentivar a ampliação do vocabulário", afirma. "Gracielle é uma tutora que, por meio de repetição do conteúdo em Libras, ampliação de material escrito e exemplos concretos, garante que o aluno realmente aprenda."

Xeque-mate na exclusão
     Na sala de recursos da EEEM Senador Salgado Filho, em Alvorada, a 30 quilômetros de Porto Alegre, a professora Fátima Rosane Dias Azambuja atende no contraturno vários alunos das escolas de Ensino Fundamental da região. Num dos projetos, o Vemos com as Mãos, é usado o jogo de xadrez para trabalhar gráficos com alunos com deficiência visual. "Encontrei no tabuleiro do xadrez - formado por letras e números - uma forma de explicar tais conceitos."

     O jogo foi adaptado, com as casas brancas rebaixadas no tabuleiro e peças diferenciadas (lisas ou ásperas). E as oficinas que vieram em seguida ensinaram mais do que Matemática. "Reis, damas, peões e cavalos e o próprio objetivo do jogo, que é atravessar o tabuleiro para capturar o rei, têm motivado crianças da 3ª e da 4ª série a criar fábulas e histórias", conta.

     Com a ajuda da técnica de papietagem (a colagem de papéis sobre moldes gigantes), foram construídas peças de xadrez de 1 metro de altura para serem manipuladas por todos os alunos durante o recreio. Para isso, o chão da escola virou um tabuleiro. O projeto fez tanto sucesso que ganhou patrocínio. O instituto de um grande banco equipou a sala de recursos com máquinas de braile e computadores. 



Prancheta estratégica


ÂNGULOS EM BRAILE O professor Santos adaptou transferidor e prancheta para ensinar Matemática a Lucas. Foto: Alexis Prappas


    O desafio de ensinar um aluno com deficiência visual também inspirou o professor de Matemática Haroldo Mendes dos Santos a criar recursos diferenciados para o 9º ano do Colégio Papillon Park, em Aparecida de Goiânia, cidade vizinha à capital goiana. A intenção era ensinar cálculo de ângulos para Lucas Ferreira Rosa Souza Oliveira, 15 anos, que é cego.

     As flexibilizações começaram em 2007, quando Lucas levou para a sala uma antiga prancheta especial em que desenhava. Ao ver o equipamento, Santos vislumbrou uma série de usos para possibilitar o aprendizado de certas questões matemáticas. Com a prancheta, ele ensinou o trinômio do quadrado perfeito e as razões trigonométricas. "Quando preciso ensinar equações com números e letras ou símbolos, recorro à prancheta", explica Santos. "Também preparo antes atividades com cola em alto-relevo."

     Numa dessas atividades, o professor - que domina o braile - adaptou um transferidor para que Lucas pudesse medir os ângulos. Além da prancha, o jovem conta com uma máquina de braile cedida pela prefeitura, com o apoio do Centro de Apoio Pedagógico, que oferece reforço no contraturno.


Quer saber mais?

CONTATOS
Colégio Papillon Park, Av. J2, quadra 27, lotes 20 a 28, 74900-000, Aparecida de Goiânia, GO, tel. (62) 3594-6355
EE Amyntas de Barros, R. Salgado Filho, 1371, 83324-010, Pinhais, PR, tel. (41) 3669-6017
EEEM Senador Salgado Filho, R. Alberto Pascoalini, 99, 94820-001, Alvorada, RS, tel. (51) 3483-3490
EE Pedro Fernandes da Silva Júnior, R. Principal, 135, 33921-005, Ribeirão das Neves, MG, tel. (31) 3638-4082
Escola Classe 214 Sul, SQS 212, área especial, 70293-000, Brasília, DF, tel. (61) 3901-2502

INTERNET
Neste site, você encontra os
endereços em todo o Brasil do Hospital Sarah, especializado em reabilitação.